A comunicação política não é um jogo de lógica, é um jogo de emoções. Durante anos, a esquerda tem insistido em um discurso racional, acreditando que argumentos bem estruturados e dados concretos são suficientes para convencer a população. Entretanto, o julgamento desta semana no STF trouxe uma lição valiosa: a política se ganha no campo emocional.
O ministro Alexandre de Moraes demonstrou isso ao combater a narrativa bolsonarista sobre os eventos de 8 de janeiro. Em vez de apenas apresentar argumentos jurídicos e racionais, ele utilizou elementos visuais impactantes: um vídeo que reuniu cenas do quebra-quebra no Congresso, no STF e no Palácio do Planalto, além de atentados anteriores, como o ataque à sede da Polícia Federal. Enquanto os bolsonaristas tentavam construir uma versão sentimental da história – de “velhinhos e velhinhas com a Bíblia” passeando pacificamente – Moraes desconstruiu essa narrativa com imagens fortes e carregadas de emoção.
A grande lição que Moraes deu ao PT (e à esquerda como um todo) é clara: não se combate emoção com razão. Se um lado constrói sua narrativa usando elementos que mobilizam sentimentos, o outro lado não pode responder apenas com racionalidade. A comunicação política eficaz precisa sensibilizar antes de convencer.
A Força da Comunicação Visual e Emocional
Quando se fala em anistia, por exemplo, o conceito não é visual. O eleitor precisa parar, refletir e processar mentalmente o significado desse termo. Já a imagem de uma mãe chorando, ou de um prédio sendo destruído, evoca uma resposta emocional imediata. É exatamente essa a vantagem da direita bolsonarista: sua comunicação é altamente emocional e visual, enquanto a esquerda ainda se prende a um discurso técnico e distante da realidade do povo.
A história recente comprova essa estratégia. Bolsonaro e seus aliados souberam usar imagens fortes para criar identificação com a população: cenas de pessoas comuns sendo presas, manifestações recheadas de símbolos nacionais, famílias unidas em torno da bandeira do Brasil. São imagens que evocam sentimentos de indignação e pertencimento. Enquanto isso, a esquerda insiste em comunicados institucionais e discursos racionais, que, embora corretos, não despertam paixão nem mobilização popular.
A Comunicação Política é uma Disputa de Sentimentos
A grande verdade é que as pessoas votam mais com o coração do que com a razão. A emoção sempre vem antes da reflexão. E, na disputa política, quem domina esse campo tem vantagem. A esquerda precisa entender que um discurso político precisa gerar identificação emocional com a população. É preciso usar imagens, símbolos e narrativas que conectem as pessoas à causa defendida.
O julgamento no STF provou que é possível reverter uma narrativa utilizando as mesmas ferramentas que os adversários. Enquanto os bolsonaristas tentavam suavizar os atos de vandalismo com discursos emotivos, Alexandre de Moraes respondeu com um vídeo que resgatava a realidade dos fatos e provocava um impacto visual inquestionável. Ele não explicou apenas com palavras, ele mostrou. E mostrar é sempre mais poderoso do que apenas falar.
Conclusão: O Caminho para uma Comunicação Política mais Eficiente
Se a esquerda deseja recuperar espaço e construir uma comunicação mais eficaz, precisa aprender a usar a emoção a seu favor. É necessário trazer histórias reais, rostos, sentimentos, indignação e esperança para o centro do debate. Não basta apenas dizer que algo é errado; é preciso fazer as pessoas sentirem que aquilo é errado.
O ministro Alexandre de Moraes deu uma aula de comunicação política. Ele mostrou que a disputa não é apenas jurídica ou ideológica – é uma disputa por corações e mentes. A esquerda pode continuar insistindo no discurso racional, mas, se quiser vencer, precisa aprender a emocionar.
Na comunicação política, quem conquista o sentimento da população, conquista o poder.