Apesar de a crise no Brasil já afetar diversos setores do mercado, reduzir aexpectativa do próximo PIB (Produto Interno Bruto) e levar à alta do dólar, o setor de comércio eletrônico está blindado por enquanto. Segundo Stelleo Tolda, cofundador do site de compras Mercado Livre, o e-commerce rendeu R$ 40 bilhões em 2014 e ainda registra um crescimento anual médio de 20%. O dado foi apresentado na abertura da segunda edição do Congresso Brasileiro de Internet promovido pela Abranet (Associação Brasileira de Internet), em Brasília, nesta quinta-feira (24).

“Não existe mágica, mas uma mudança de comportamento das pessoas em direção ao digital. O e-commerce não veio para destruir o varejo. Pelo contrário, as empresas identificaram o potencial de usar o canal da internet para vender e vêm fazendo isso de forma brilhante”, explicou Tolda.

O movimento agora é olhar para o próximo passo do e-commerce, o comércio via celular e outros dispositivos móveis. O presidente da Abranet, Eduardo Parajo, afirmou que mais de 100 milhões de brasileiros já usam a web via smartphones e afins– 53% da população do país.

“O mobile hoje é uma realidade e a questão do cloud computing (armazenamento e gerenciamento de dados em nuvem) viabiliza muitos modelos de negócios que até então eram inviáveis”, complementou o diretor-executivo de Atendimento Corporativo do UOL, Gil Torquato.

Segurança digital

O primeiro debate também fez um retrospecto dos 20 anos da internet brasileira, os participantes do evento defenderam que alguns dos maiores desafios para as próximas décadas são o reforço da segurança em diversos níveis, a regulação da internet e a ampliação da estrutura para receber mais usuários e melhores conexões.

O tema da segurança ainda é controverso, como visto no debate. “Precisamos de mais segurança jurídica e menos tributação e regulação. Já temos o Marco Civil, que trouxe uma base sólida para criar parâmetros para uma lei mínima, mas vemos várias iniciativas tentando mudá-lo”, ponderou Parajo.
O deputado Fábio Souza (PSDB-GO), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal, discordou e defendeu a regulação da web pelo poder público. “É lógico que há temas que precisam da intervenção do parlamento e do governo, para proteger crianças, por exemplo, dando mecanismos para pais e autoridades para isso. Mas luto contra qualquer coisa que venha a infringir a liberdade de expressão”, justificou.

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